Quase lá…

Uma semana… É o tempo que ainda me resta aqui no Canadá. Valeu a pena esses 6 meses longe do Brasil, os estudos e todo esse aprendizado?

Posso com toda certeza responder que SIM. Valeu e muito a pena. Primeiro pelo fato de entender que temos um limite e precisamos respeitá-lo. Estudar um outro idioma não é apenas sentar em uma sala de aula, passar dias e dias estudando que vai fazer com que consigamos entender e falar tudo. Ledo engano. É preciso viver, respirar isso o tempo todo. Ir pra rua, ouvir e conversar. Confesso que fiquei um tanto quanto frustrado no início, mas hoje vejo que estava exigindo muito. Não precisava tanto, mas, quem me conhece um pouco mais sabe que sou uma pessoa detalhista e critica ao extremo. E isso se reflete ao dobro quando o foco sou EU.

Volto ao Brasil com a sensação de que precisava de mais tempo, mas por outro lado penso que esse tempo seria toda uma vida para chegar no ponto ideal. E não é o meu objetivo. Existe um momento em que precisamos parar o detalhe e começar a viver o que aprendemos. Não dá pra aprender o tempo todo. Desde que cheguei, pude ver claramente minha evolução, principalmente em entender o que as pessoas falam no dia-a-dia. É claro que as vezes não entendo uma vírgula de uma determinada pessoa, mas outras é claro e límpido como musica clássica… A percepção de que o cérebro está assimilando é diária. Inclusive nos sonhos. Imaginava que meus amigos brincavam comigo dizendo que, quando sonhasse em inglês eu já estaria em um nível muito bom. O pior é que isso aconteceu. Dia desses, ou melhor, madrugada dessas me pego sonhando em inglês e o pior de tudo, entendendo. 🙂

Volto também com a sensação de que o receio que tinha do idioma antes de passar por essa experiência, definitivamente foi sepultado. Já era. Isso não quer dizer que sou fluente. Claro que não, longe disso, mas certamente minha comunicação melhorou consideravelmente em termos de melhor estruturação das frases, a chave seletora de canais já muda no automático e por aí vai. Entendo e me faço entender. Acho que meu objetivo FOI alcançado. Continuidade agora é a palavra, ou caso contrário perco todo o investimento que fiz nessa área.

Entretanto o idioma foi apenas 20% de tudo o que aprendi aqui. Para quem se assustou com esse percentual, digo que forcei um pouco a barra, pois se fosse um pouco mais rigoroso, reduziria pouco mais.

Abrindo de vez o jogo, meu PRINCIPAL objetivo com esse projeto, foi adquirir experiência de vida em outro país imerso em outro idioma, em outra cultura, em outro contexto. O idioma foi apenas uma variável, ou como alguns costumam chamar, uma desculpa para botar à frente do projeto e direcionar o foco para ele, mas na verdade, por trás disso tudo o objetivo era outro.

Um dia, quem sabe, conseguirei escrever transformar em palavras e botar aqui tudo o que aprendi nesse período. Como isso afetou minha vida pessoal e profissional. Como afetou minha forma de pensar e agir. Como afetou meus planejamentos para o futuro. Como afetou minha visão em relação ao que dizem ser países de primeiro e terceiro mundo. Como me afetou culturalmente. Enfim, é assunto para várias tardes de bate-papo que certamente terei o imenso prazer de estar com vocês e compartilhar tudo isso.

Um grande abraço!

A “moça” e a refeição matinal…

DSCN7930 Estava hoje, conversando com uma grande amiga minha Cristiana Cabreira, através do Skype, e ela me disse que escrevo bem e deveria pensar em seguir essa, digamos “veia” artistica. Pretensão talvez? Sei lá, mas acebei entendendo isso como um desafio e fui em busca de algo que pudesse ser interessante escrever. Se não fosse interessante, não perderia o meu tempo, correto? 😉

Pois bem. É sabido de todos que estou passando umas “férias” aqui no Canadá. “Férias” estas que estão se acabando, diga-se de passagem. Sol, sombra e água fresca, ou melhor de vez enquando sol, sobra em excesso e neve fresquinha todos os dias. Minha rotina aqui é essa. Parece tranquila né? mas as vezes é penoso ter que levantar pra ir estudar todos os dias de manhã. Frio de cortar osso. Aqui é uma terra que não precisa de mamãe pra lembrar a gente de levar casaco não. Ele já vem embutido no corpo. É a primeira coisa que queremos quando saímos de baixo do edredon.

Todos os dias a mesma rotina, saio da cama, boto a meia no pé, pego minha roupa, vou pro banheiro (…), saio do banheiro, pego minha mochila, passo sebo nas canelas e simbora pra aula. Todos os dias no mesmo horário. Chego na parada de ônibus e fico lá aguardando o dito cujo passar. Nesse meio tempo, as pessoas vão se aglomerando. Tem dias que não sei o que ocorre, mas todas elas resolvem sair no mesmo horário. Parece São Paulo. É sério, tem dias que em São Paulo os motoristas saem de casa com a idéia fixa de zoar o trânsito. Só assim pra justificar os dias que tudo flui fazendo a gente a acreditar que a CET acertou a mão e contratou REAIS Engenheiros de Tráfego.

Mas tudo bem. Melhor ter ônibus cheio do que ficar parado no trânsito. E por falar nisso, dia desses quase fui linchado virtualmente no Twitter porque reclamei que tinha chegado em casa 15 minutos além do meu horário normal. Pôxa, não tenho mais o direito de reclamar não? Tava boladaço mesmo. Onde já se viu? Saio da escola com a idéia fixa de chegar em casa num horário e chego 15 minutos atrasado. Inacreditável!!! (tô achando sinceramente que VOU ter problemas quando voltar pro Brasil)

Nessa rotina diária, presencio algumas coisas interessantes e alguns personagens únicos. Tem uma “moça” que aparenta ter uns 50 anos de idade que entra no ônibus e acha que lá dentro é a sucursal de sua casa. A primeira vez achei que fosse a correria do dia-a-dia, mas depois percebi que a dita cuja é folgada mesmo. Correria aqui? No Canadá? Fala sério né? (eu ainda estava com pensamento de São Paulo, Brasil) Perceberam a analogia né? Então…

Essa “moça”, todo santo dia entra no ônibus com umas “cartorze” bolsas, mochilas e sacolas. Nem sei como consegue, mas enfim, entra ela rindo pra tudo que é canto parecendo que lá dentro é tuuudo conhecido. Não sendo no chão, ela senta (em qualquer canto… MESMO). Não sei como, mas sempre acha um espaço vago. Tá apertado, mas ela vai lá, dá-se um jeito e senta. Tipo: “Tô pagando. Chega pra lá que um pedaço da janelinha também é meu.”

Já sentadinha, como se já não fosse transtorno suficiente, abre uma das sacolas(sabe aquelas lancheiras de escola primária? É bem parecido) e faz um tremendo banquete (DENTRO DO ÔNIBUS). Pô, café da manhã em casa ou numa lanchonete é mais prazeroso e não incomoda TANTO os outros. Mas com ela não. É lá dentro mesmo e daí? Só não tem o café, mas fruta, iogurte e cereal… (TEM). Imagine o que vira quando ela resolve abrir o saco de cereal? Pega aquilo com a mão e leva à boca? Nessa hora o ônibus dá aquela chacoalhada e aquilo avança o sinal em cima de quem estiver perto… Que beleza, chegar no destino já com a preocupação de não virar comida de pombo!!!

O pior de tudo, que em tempos de H1N1, a “moça” segura em tudo que é cano DO ÔNIBUS e depois faz sua refeição matinal (com a mesma mão). O mais engraçado é que um dia, estava eu sentado no banco de trás do dela e ao meu lado sentou-se uma senhora que tossiu. Ela, óbviamente tapou a boca para tossie, mas para a “moça” da frente, isso foi como se enfiasse uma agulha nela. Se virou e começou a falar alguma coisa que não entendi (tô aprendendo Inglês e não Francês, que fique claro isso), mas certamente algo do tipo: Tá tossindo perto de mim e vai me passar alguma doença. Fiquei pensando, segura em tudo que é cano do ônibus, pega na comida com a mesma mão, come e acha ruim que a outra tussa pertoi dela… Beleza de novo!!! Incoerência total, mas vou exigir coerência diante de tal folga? Em Francês? Tá pedindo demais não tá não bonecão?

Mas… Comigo na parada seeeeempre tem um mas. O pior é que sempre pro meu lado. Em uma bela manhã de sol(lembrei do Joseph Climber), estou eu sentado, quieto quando olho pra frente e vejo a “moça”, abaixei a cabeça pra voltar a cochilar mais um pouco quando olho ao meu lado e? ESTAAAAAaaaava vago… Era tarde… A moça não pensou duas vezes e sentou-se ao lado… Acho que ela estava esperando aquele momento, pois ao meu lado ela ainda não tinha sentado. Não digo o mesmo dos outros passageiros. Todos eles me olhavam como se quisessem dizer: “Vai mané, achou que ia se safar né? Hoje é sua vez… Aeeeeeee…” Que sacrilégio havia eu cometido, pensei. Olhava no relógio, faltavam ainda 15 minutos pra chegar no destino da “moça” e eu alí sem poder fazer absolutamente NADA. Só aguardar o banquete… (a qualquer momento)

Mas, acho que o sacrilégio não tinha sido tão grande assim. Naquele dia ela sentou, ficou rindo pra mim e para os outros passageiros, mas como não falo nada de Francês(graças ao meu BOM, FIEL e AMIGO DEUS), nenhum diálogo foi deferido. Mas confesso que foram os 15 minutos mais traumáticos da minha vida. Porque? E o medo dos cereais voadores? Vai que ela inventa de comer e desandar a falar? OLHANDO PRA MIM? Vai que ela inventa de abrir o pote de yogurte na hora em que o “autobus” fizer uma curva? (comigo do lado) Vai saber? Eu só sei que meu sono sumiu…Desapareceu… Tô até hoje procurando o dito cujo e nada de achar. Outros vieram, mas aquele, nunca mais ví… 😦

Depois dessa saga, desse trauma… minha estratégia é a seguinte, só sento em local de único assento ou que já tenha alguém sentado do lado. É aquilo, se não tenho como eliminar o risco, tenho como mitigá-lo. Nessas horas é que vejo o quanto valeu a pena estudar gerenciamento de projetos… 😀

Até a próxima!!!

Nem tudo é o que parece…

DSCN6702 Engraçado, mas pode ficar parecendo que tirei o dia pra escrever o que tenho visto de ruim por aqui. Não é isso, são as circunstâncias dos fatos.

Agora, por exemplo, acabei de ver uma reportagem do Brasil onde toneladas de peixes morreram na Lagoa Rodrigo de Feitas. A indignação não veio por conta disso, pois isso, infelizmente estamos acostumados a ver diariamente em nossas cidades. A indignação veio quando lí que a culpada pelo desastre ecológico é a própria natureza.

Muito interessante isso… A gente vem, destruímos a natureza e daí a culpada é ela por toda a destruição. Seria cômico, se não fosse trágico. Isso é o mesmo que hospedarmos alguém em nossa casa, esse alguém entra no nosso quintal, mata todas as plantas e animais e depois diz que os próprietários são os culpados por ter deixado la as ferramentas usadas na matança. Legal esse raciocínio… Eu gostei!!!

Viajando alguns milhares de quilômetros de distância, chegamos ao Canadá, especificamente em Ottawa. A imagem que eu tinha de quando vim pela primeira vez no país foi da cidade de Vancouver… Cidade exemplar, limpeza impecável. Foi só mudar de lado que percebi o contraste. Andando pelas ruas de Ottawa é uma sujeira só. Latas, copos, papéis e plásticos por tudo que é lado. Isso misturado ao gelo é algo surreal. Acho que nem mesmo em São Paulo já ví tanta sujeira, e olhe que nossa cidade é muito, mas muito suja. Quando chove então…

Fui para Montreal e Toronto, porém fiquei pouco tempo por lá e não pude ter uma idéia mais consistente sobre o assunto. Mas nos locais onde passei, tanto em Montreal, quanto Toronto, me pareceram mais limpas.

A população daqui e muitos dos imigrantes de países como Arábia Saudita, Korea e Índia, fumam EXAGERAMENTE muito. Cheguei a comentar no Twitter que médicos Oncologistas especializados em Pulmão, vão se dar muito bem por aqui. A cada 10 pessoas que vejo nas ruas, pelo menos umas 7 estão com cigarro nas mãos.

E a sugeira que provocam? Depois que chupam toda aquela fumaça cheia de substâncias cancerígenas, jogam o resto do cigarro no chão. Até aqui parece ser algo que TODO mundo faz, inclusive no Brasil. Mas sinceramente eu nunca ví no Brasil, algo parecido com isso… é resto de cigarro pra tudo que é lado. Uma verdadeira porcaria! Diga-se de passagem…

Voltando então ao assunto: A culpada é a natureza. Dia desses estava conversando com uma amiga do curso de Inglês e ela me disse que havia lido que o Canadá é um país tido como exemplo, pois levantou a questão do aquecimento global (no meu ponto de vista assunto contestável), é um país que tem consciência ecológica e com leis que regulam isso, preocupa-se com o meio ambiente e por aí vai.

Mas daí eu questionei: E a população? A que é dona do quintal? Também está realmente engajada com essas questões? Será que eles estão fazendo sua parte? Se acham estão, me desculpem, pois não é o que vejo nas ruas. Será preciso ensinar, e isso deve ser feito no mundo todo, que, Consciência Ecológica, meus amigos, vai além, muito além de simplesmente separar o que é orgânico do reciclável!

Um grande abraço a todos!

Um lado que ninguém conta…

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Especialmente hoje gostaria de dar uma pausa nos meus textos contanto sobre a viagem, pois duas coisas me chamaram atenção aqui em Ottawa. Infelizmente essas duas coisas acabam remetendo ao Futuro desse país!

A umas 2 semanas atrás, estava aguardando uma amiga dentro de um shopping, portanto um local público. Estava parado no hall de entrada e adentra no shopping um casal de namorados e quando estão bem na minha frente, um rapaz com pouco mais de 20 anos vai na direção dos dois e do nada lança um chute na perna do rapaz. Assim como eu o casal ficou sem entender e quem chutou começou a gritar como se ele fosse a vítima e buscasse uma explicação… Após essa cena ele saiu andando em direção à saída como se nada tivesse acontecido. Inacreditável isso!!!

Quando minha amiga chegou, comentei o fato com ela, que me descreveu exatamente o mesmo rapaz dando chutes nas latas de lixo do lado de fora.

Pergunta: O cara é maluco? Drogado? Ou o que? Bebado não estava, era nítido!!!

Já hoje, estava perto do mesmo shopping, porém do lado de fora, quando um rapaz começa a espancar outro a poucos metros de distância. Fiquei olhando aquilo sem entender o que se passava. Tudo começou do nada. O cara já no chão e o outro dando chutes. Simplesmente parou, virou e saiu andando e entrou em uma loja em frente.

Óbviamente a polícia foi chamada, que chamou a ambulância e etc. Mas o cara que espancou, desapareceu. E de novo, aparentava não ter mais do que 25 anos de idade.

Antes eu já observava a juventude daqui… Totalmente transviada e fora dos padrões que conhecemos dentro de nossas famílias. No Brasil, vemos isso diariamente, mas aqui me assustou a quantidade, considerando um país tido como primeiro mundo e com uma das melhores qualidades de vida do mundo.

Tentei pesquisar na internet se existia algum estudo sobre isso, mas infelizmente não consegui encontrar nada. Pelo jeito ninguém está muito preocupado com isso, o que é de se estranhar, pois a coisa é nítida nas ruas para quem quiser ver. Em Toronto não ví muito isso, mas também fiquei pouco tempo lá, mas aqui em Ottawa é algo realmente assustador.

TODOS os jovens que ví nesse local hoje fumavam… TODOS… Inacreditável! Imaginei só ver isso nos filmes, mas não. Aquilo era real. Sinceramente deu medo, pois serão justamente essas pessoas que terão que tomar conta desse país no futuro. Será que vão conseguir? Ou melhor, será que vão sobreviver para tal?

Um último fato que acabei de me lembrar, é que onde moro é um lugar bastante pacato. Porém tínhamos a até poucos dias um casal que moravam no apartamento de baixo, de no máximo 24 anos de idade, com um filho de um ano e poucos meses de vida e um cachorro. Não tinha um dia sequer que não ouvíamos gritos com a criança, gritos e sons de espancamento do cachorro e etc. Minha amiga chegou a ligar para a polícia, mas precisávamos de provas concretas e fica meio complicado isso. Enfim, não tínhamos como fazer nada!

Vejo algumas falhas nos programas do governo aqui e no meu ponto de vista isso prejudica e muito a população. Esse casal, por exemplo, não trabalhavam. Certamente viviam com a ajuda do governo, pois ter filhos aqui no Canadá parece ser um negócio bastante “lucrativo”. Mas enfim, não quero entrar nesse mérito. Minha intenção é mostrar para vocês uma preocupação e um alerta. Como será que esse país estará daqui 20, 30 anos?

Espero estar vivo para ver, mas torço para que não esteja da forma como projeto. Entretanto tenho bastante receio diante do que estou vendo aqui nesses últimos meses.

Abraços!

Sightseeing – Part II (Rideau Canal)

Tinha que ser na véspera de Carnaval pra aparecer???

Bem, entrei nas últimas semanas desse meu projeto de vida. Morar alguns meses fora do meu país. E dando continuidade aos passeios e relatos, hoje irei comentar sobre o Canal Rideau.

DSCN6174Este canal começou a ser construído em 1812 com fins militares com a intenção de promover um abastecimento seguro e uma rota de comunicação entre Montreal e a base naval britânica em Kingston, privíncia de Ontário. O trajeto desse canal parte a oeste de de Montreal, seguindo ao longo do Rio Ottawa até Byton (hoje cidade de Ottawa) e então a sudeste do canal de Kingston saíndo no lago Ontário. Essa construção foi concluída em 1832 a um custo total de £822,000. (fonte wikipedia)

Após esse breve histórico desse canal, hoje ele é usado apenas com finalidades turísticas. No verão diversas embarcações oferecem passaeios turísticos por Ottawa e algumas oferecem viagens entre Ottawa e Kingston.

A foto acima tirei quando acabei de chegar am Ottawa. Ainda era outono e as águas não estavam congeladas. Porém a temporada de passeios aquáticos já estava encerrada, pois o frio já mostrava sinal de vida. Mas dá pra se ter uma noção de como fica antes da chegada do gelo.

Por falar nisso, quando realmente chega o inverno esse cenário muda. O canal começa o processo de congelamento e toda a cidade aguarda a abertura para que a população adentrem com seus patins e comecem a aproveitar desse belo cenário. Confesso a vocês que a primeira vez a gente fica com um pouco de receio, afinal isso é um “rio”, que condensou. Mas enfim, depois da primeira vez e algumas quedas, a gente pega o jeitão da coisa e daí para frente é só diversão.

Infelizmente patinar aqui não é como em uma arena, onde o gelo é liso. Aqui precisa-se tomar um pouco mais de cuidado, pois qualquer deslise, a queda é inevitável. Nessas horas agradeço por ter sido uma pessoa que sempre gostou de esportes e quedas sempre fez parte do meu curriculo. Isso ajuda pra caramba quando se está sobre duas laminas de aço e em baixo um imenso e escorregadio bloco de gelo. Saber cair nessas circunstâncias, ajuda bastante no sucesso do aprendizado. 😀

DSCN7023 A propósito, pareço estar triste aqui??? Um pouco de frio talvez, mas tristeza, jamais… Aliás, criança gosta de tudo que é perigoso e ainda acha graça… hehehe 🙂

Hoje mesmo acabo de chegar desse imenso bloco de gelo que percorre a cidade de Ottawa. Essa foto, por exemplo, acabou de sair do forno, ou melhor, do frigorífico e foi direto para o blog.

Finalizo mais esse post, com mais duas imagens desse belo cenário da cidade de Ottawa.

A primeira uma fotografia registrada de dentro do canal.

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E a segunda registra a mesma posição que a foto postada no início desde blog. Quanta diferença… 🙂

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Espero que tenham curtido mais esse post, e prometo que em breve volto com mais um pouco sobre essa minha viagem, comentando um pouco do Winterlude (festival de inverno do Canadá).

Um grande abraço!

Ed!!!

Sightseeing – Part I (ByWard Market)

Depois de um longo tempo sem escrever, cá estou novamente…

Hoje quero começar uma série de Posts falando sobre os locais que andei visitando em Ottawa. Pois é, não consegui ainda viajar para conhecer outros locais, mas de acordo com meu planejamento, devo fazer isso esse ano e portanto, aguardem cenas dos próximos capítulos. 🙂

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Quero falar sobre um local que visitei dois dias antes do Natal. é um dos diversos pontos turísticos de Ottawa e se chama “ByWard Market”. É um antigo e grande mercado popular do Canadá que começou em 1826 e margeia o famoso Canal Rideau, que no inverno torna-se um imenso ringe de patinação natural. Se não me engano, o maior do mundo, mas isso é assunto de outro post. Hoje esse centro comercial é um dos primeiros destinos de turistas que chegam a Ottawa e segundo informações do website oficial, ele recebe em média 50 mil visitantes semanalmente.

Quando cheguei ao local, primeiro que em nada se parecia com um mercado. Fiquei procurando um letreiro ou algo que indicasse: você chegou ou você está no “ByWard Market”. Nada. Mas continuei andando para tentar identificar melhor o que seria esse mercado, até que achei um letreiro que dizia: “ByWard Market Park” (Estacionamento do ByWard Market). Mas… Cadê o tal mercado… Nada. Só tinha carro e nada de porta. Foi aí que me toquei. Já estava dentro dele a tempos e não havia me tocado disso ainda.

Quando se anda pelas ruas, se não andar pensando em achar um mercado, certamente você rapidamente ira notar a diferença. O local é um imenso conjunto de quadras comerciais com lojas de souvenirs, roupas, mercearias, pubs, restaurantes, livaria, shopping center, loja de serviços diversos, além de algumas barracas instaladas nas calçadas onde vendem souvenirs, roupas e etc. Mas aviso logo que não é a bagunça que encontramos em um “Saara” ou “25 de março”, por exemplo. Pude comprovar, pois estive lá a 2 dias do Natal e andava nas ruas tranquilamente e sem empurra-empurra, como podem ver pelas fotos deste post.

Sim. Tirei as fotos nesse dia mesmo, não voltei lá dias depois ou fui antes da data mencionada para registrar. 🙂

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Tentei achar um local parecido que eu já conhecesse e confesso não encontrei. Entretanto, andando pelas ruas, me lembrei de quando andei pelas ruas do Capivari em Campos do Jordão, só que bem, bem, bem maior… Mas de novo gente, foi lembrança, não usem como comparação porque não dá… hehehe

Me disseram que no verão, os bares e restaurantes colocam mesas nas calçadas e a população, obviamente se diverte, pois no inverno, ficar do lado de fora a -15° seja durante o dia ou a noite, é algo meio insano.

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Quase terminando meu passeio, passando por uma de suas ruas, me deparo com uma unidade do mundialmente conhecido “Hard Rock Cafe”. Nesse dia não entrei, mas pretendo ir qualquer dia… 🙂

Esse foi então o primeiro post da série “Por Ottawa” que pretendo seguir contando sobre os pontos que andei visitando por aqui. Espero que tenham gostado e no próximo quero falar um pouco sobre o Canal Rideau.

Um grande abraço e até o próximo post!!!

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Chegou!!!

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O antes…

Agora não tem mais volta… Bem, pelo menos não até Março/Abril do próximo ano. A neve chegou e chegou em grande estilo. É claro que digo isso por ser a primeira vez que vejo isso. Não é a primeira vez que vejo a neve, mas é a primeira vez que vejo uma mudança tão drástica na paisagem de uma cidade, da noite para o dia. Literalmente.

Num dia acordo pela manhã e quando olho pela janela me deparo com a neve, caíndo lentamente. O chão todo branco e as árvores ainda mantendo o aspecto de final de outono. Cinza, sem nada de neve descansando sobre seus galhos.

Nesse mesmo dia abre o sol e derrete quase toda a neve que caiu na noite anterior. Mas no noticiário o alerta: “Winter Storm”. Até então não sabia ao certo o que isso significaria, mas enfim, viver um dia de cada vez.

Na noite seguinte a neve começou a cair proveniente dessa tempestade de inverno. Acordo, olho para fora e penso: “Agora sim, chegou!!!” Muita neve e vento, muito vento.

Saio de casa, vou para a parade de ônibus e até então tudo tranquilo. Muita neve, mas nada que atrapalhe caminhar. Eu estava maravilhado com isso. Pra quem já pegou diversas tempestades de água no Brasil, essa aqui foi brincadeira de criança. A diferença é que a de água, demora alguns minutos ou horas e tudo volta ao normal. Tudo seco. Já a de neve não.

Percebi quando retornei para casa. Não dava mais para distinguir onde estava pisando, se no asfalto, calçada ou grama. Era um mar de gelo para tudo que é lado. Um cenário que eu nunca havia visto. Ver a neve em uma estação de esqui é uma coisa, conviver com ela em uma cidade é outra completamente diferente.

No dia seguinte, após a prefeitura ter limpado, ou melhor, tirado a neve do asfalto e jogado nas calçadas, o asfalto voltou ao normal, porém as calçadas… Só mesmo uma parte para que pudéssemos trafegar e os demais espaços, só gelo e mais gelo. O ponto de ônibus, cheguei a assustar quando vi. Neve em pelo menos um terço dele. Era muita coisa. Fiquei impressionado. E depois me disseram que isso foi apenas 15 a 20cm. e que ainda há muito o que cair.

O jeito agora é esperar pra ver e aprender a conviver com isso até Abril/2010, quando retorno ao meu país.

…e o depois!!!

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Abraços e até a próxima!!!

Diferenças à parte…

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Olá meus amigos…

Demorei um pouco dessa vez, mas aqui estou novamente para compartilhar com vocês um pouco desse meu projeto. Acreditem, essa semana fez exatos 30 dias dos 180 que me planejei para ficar aqui e já muita coisa e pretendo ainda conhecer mais.

Antes, porém, gostaria de agradecer aos comentários que fizeram em meu último post, agradecer às mensagens de apoio que ando recebendom enfim, não vou citar nomes para não ser injusto, mas fica a todos vocês meu muito obrigado. Isso faz SIM uma tremenda diferença quando estamos longe de quem amamos. Gostaria também de pedir desculpas à minha irmã Dayse, pelo post ter sido escrito em inglês: “Dear, I’m sorry, but I need to improve my english and it’s necessary. :-((” (tudo bem, não se irrite que é só uma leve brincadeira (ainda bem que tô longe) … “Maninha, me desculpe, mas preciso mesmo melhorar meu Inglês e escrever é uma forma de praticar. Te prometo que quando escrever outro post em inglês, te envio uma cópia da tradução ok? :-)”

Bem, agradecimentos e desculpas em dia, vamos ao post.

Nesses 30 dias, tive a oportunidade de observar algumas coisas por aqui, e a comparação com nosso país foi inevitável. Quando falamos em país de primeiro mundo sempre pensamos em algo que tudo funciona, onde é uma maravilha só correto? Não é bem assim. Aqui também tem seus problemas. Isso mostra que qualquer que seja o lugar existem vantagens e desvantagens. É a história da grama do vizinho ser sempre mais verde. Isso lembrou-me de minha infância quando brincava de futebol nos campos de terra batida na minha cidade natal (Jaraguá-GO). Sempre que íamos jogar lá, pensávamos que dentro do estádio seria uma maravilha. Jogar na grama, a bola rola melhor, não quica quando damos um passe e por aí vai. Quando entrei no estário da primeira vez, me deu saudade do campo de terra batida. De longe a grama era verda, o gramado impecável, porém perto tinha alguns buracos que precisávamos desviar deles e marcar, na memória, onde estavam para não jogar a bola naquela direção e principalmente não corrermos alí, pois era arriscado cair e sofrer alguma contusão séria.

Aqui, a população também tem uma série de problemas, enfrenta dificuldades e não é aquela maravilha toda que vemos as pessoas contarem. Se o nosso querido Brasil as pessoas não fossem culturalmente corruptas, os governantes aplicassem realmente nosso dinheiro da forma correta, se as leis fossem realmente seguidas, certamente seríamos potencia mundial liderando com folga o score dos paises desenvolvidos. Sem a menor sobra de dúvidas. Um exemplo que fiquei sabendo aqui é que também existem filas de atendimento médico e que você também precisa poegar senha e aguardar seu atendimento. O conceito de urgência é um pouco diferente do nosso e ao que me consta não tem “jeitinho” como no Brasil. A diferença é que quando se é atendido… você É atendido como se deve ser… (entenderam ou não?) Quem ja usou o SUS sabe do que estou falando.

A diferença que vejo até agora entre nosso país e aqui, é exartamente isso. Aqui a população recebe de volta o que paga de imposto, tem uma melhor e mais justa equalização da renda, existe uma valorização dos profissionais e por aí vai. Um exemplo disso é que, conversando com um de meus professores, ele me disse que o salário de um profissional que limpa janela dos prédios, que fica pendurado do lado de fora, é mais alto até do que de um médico. Algo exorbitante? Não… Para eles ele precisa ganhar mais porque está correndo risco de vida, é alto risco. Quanto uma pessoa dessa ganharia no Brasil? 🙂

No Brasil a lei protege esse profissional exigindo que a empresa seja responsabilizada pelos equipamentos de segurança. Imaginem se esse profissional fosse realmente valorizado pelo risco que corre lá em cima? Com todos os direitos que ele tem hoje. O Brasil seria ou não seria um país melhor? é claro que outros fatores precisam ser levados em consideração, mas o ponto que quero colocar como reflexão é: Respeito pelo ser humano, necessidades básicas, direito a educação e etc. Temos leis bem elaboradas, temos espaço de sobra, temos inumeras riquezas, porém sem valorização humana, isso de nada vale. O ser humano precisa ser colocado em primeiro lugar, caso contrário, não há crescimento econômico que faça um país se tornar primeiro mundo.

E, reitero aos senhores e senhoritas que me dão o prazer da visita aqui, que eu voltarei ao meu país. Mesmo com todos os nossos problemas, ele continua sendo e sempre será o MEU país e é aí que quero viver e criar meus filhos(se os tiver, claro). 🙂

Certa vez recebi um vídeo de um amigo que dizia: “Não precisamos de um mundo melhor, precisamos de pessoas melhores vivendo nele.” Se cada um fizer sua parte, vivendo e criando seus filhos para que sejam no futuro pessoas com valores como dignidade e respeito por si mesmo e pelo próximo, certamente teremos mais orgulho de nossa terra natal.

Espero que tenham gostado e voltarei em breve com mais notícias.

Um grande abraço a todos!

The Halloween is coming…

Hello my friends!

Something wrong with this post? No? Yes? … Maybe yes, because today I will try to write a little speech for you in English. I hope so! 🙂

Let’s go there!!!

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Today I talk about the Haloween (is shortened from “All Hallows’ Even”). This party is celebrated annually on October 31th and most popular in North America countries. According with Wikipedia, this party origins in the ancient festival know as Samhain. This was a Gaelic festival celebrated mainly in Ireland and Scotland. The celebration has some elements of a festival of the dead. The ancient Celts believed that the border between this world and Otherworld(an abstract spiritual world beyond earthly reality) became thin on Samhain, allowing spirits (both harmless and harmful) to pass through.

It’s my firt Halloween living and the people had started to prepare your houses in a weeks ago. It’s very funny because the people put in fron os your houses, many kinds of the dead elements, like skeleton, ghosts, zombies, spiders, witches and, of course,  the tradicional pumpkin. At the beginning of this post, you can see a picture of a house with this decoration. This picture was take when I came back to home yesterday.

At this night, children go in costumes from house to house, asking for treats such as candy or something money, always with the question: “Trick or treat?”. If you want to participate this party, you have to put a pumpkin in the door from your house. It’s a password for the children. 🙂

The party really is part of the local culture, because isn’t only children use the costumes. The adults also. I didn’t believe today, when I went to school two adults take the bus using costumes. One using a jaquet with skeleton draw and other using a witch hat… It’s very funny!

Well, That’s all…

I hope that this post has been good and you has liked it.

Happy Halloween for everybody and have a nice weekend!

Bye!

Ps: BTW, I apologize for any grammar errors… I’m sorry… 😦

Uma rotina interessante…

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Olá meus amigos. Sabadão chegando e eu me preparando para completar minhas lições de casa. Ehhh, vida de estudante tem dessas coisas. 🙂

Mas antes disso, gostaria de compartilhar com vocês um pouco da minha rotina nessas quase duas semanas em que estou morando aqui.

Primeiramente começo o blog com uma foto que tirei em frente à entrada para o parlamento em Ottawa. Pego o ônibus em frente. Meio chato conviver com essa vista todos os dias, mas até que é legal. 😀

Bem, começo o dia em torno de 8h da manhã, já com o ritual pós-sono que qualquer ser humano conhece. Só que aqui tem outro, o de olhar a previsão do tempo para o dia e o de se agasalhar antes de sair de casa. A rotina de olhar a previsão nem precisou virar hábito, já que apenas substitui o hábito de olhar o tráfego de São Paulo todos os dias pela manhã quando ia para o trabalho. Saíndo de casa, pego o ônibus e me encaminho para a escola. Durante esse percurso o interessante é que 90% das pessoas dentro do ônibus se comunicam em Francês. Atravessando a ponte e descendo em direção a escola, parece que estou em outro país, pois a coisa muda. 90% das pessoas na rua falando Inglês e 10% Francês. Viver isso é muito interessante, mesmo para uma pessoa que entende pouquíssimas palavras em Francês, como o indivíduo que vos escreve nesse momento.

Na escola, “only english”. Alguns até se arriscam em outros idiomas, mas são rapidamente advertidos. Se estão aqui para aprender o Inglês, não tem porque dentro da escola ficarem se comunicando em outro idioma, não é verdade?

Na escola fico das 9h30 às 15h, direto com pausa de 1h para almoço.

Depois, tem dias que tô com vontade e saio pelas ruas de Ottawa conhecendo alguns lugares. E tem vários e interessantes. Quem um dia tiver oportunidade, vale a pena vie para conhecer.

Bem, minha rotina é essa e alguns devem estar se perguntando o que tem de interessante? Bem, digo que o interessante é viver essa divergência de cultura dentro de um mesmo local. No Brasil vivemos isso viajando pelas regiões desse nosso querido país, mas o que vivo aqui é um pouco diferente. Viver todos os dias com pessoas falando idiomas com origens diferentes em um mesmo local, é algo inédito para mim e extremamente interessante. Sem falar nos hábitos das pessoas que moram em Gatineau e Ottawa também serem um tanto quanto diferente. Mas sobre isso escreverei um novo post quando tiver a experiência suficiente para tal.

Fico por aqui e deixo para vocês mais uma foto escolhida a dedo. Esta é uma foto do jardim da frente do parlamento. “Enjoy it!”

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Um grande abraço e fiquem todos com Deus!