De médico e louco, todo mundo tem um pouco!

Olá meus amigos. Estou aqui novamente e tenho muita coisa a contar, porém preciso dividir em partes, caso contrário essa leitura ficará bastante cansativa. Eu sei por que trabalho que nem vocês e às vezes é complicado ler um texto muito extenso. Pois bem, hoje vou contar um pouco sobre algumas particularidades de Vancouver, sob o meu ponto de vista, claro. Quero ainda contar sobre dois de meus passeios, mas deixo para o próximo texto, pois o que tenho prá contar hoje é muita coisa prá um dia só. 🙂

Primeiramente me desculpem a foto, mas foi a mais bizarra que consegui produzir para representar esse texto. E detalhe, quando tiver nem pensava em escrever isso aqui, mas aí estava fazendo um frio de doer os ossos e meu objetivo era representar isso. Paciência, ficou tão bizzara que vai representar outra coisa. 😀

No Brasil, é bastante comum andarmos pelas ruas e vermos pedintes e mendigos pelas ruas e calçadas. Aqui pedinte até achamos, porém adultos e não crianças. Mendigos alguns as vezes aparece, porém é meio raro encontrá-los. Mas Vancouver tem uma particularidade que me chamou atenção. A quantidade de maluco que essa cidade tem. Não riam não, é verdade. Estou falando sério. É um maluco a cada esquina. Para confirmar isso, pesquisei no Orkut e tem até comunidade “Medo dos loucos de Vancouver”. A coisa é séria minha gente. Sabe aquelas figuras premiadas de álbum de figurinha, que precisávamos comprar 200 pacotes prá achar uma? Pois é, aqui se acha uma dessas em cada esquina, literalmente e em forma de gente. Basta caminhar nas ruas por alguns segundos e pronto, dá de cara com uma dessas. 🙂

Não estão acreditando? Ok… Continue lendo. No final deixem seus comentários a respeito.

Quando voltava do meu primeiro passeio, eu e meus colegas pegamos o Sky Train(é como o metrô de superfície), para ir a um shopping conhecer o lugar e comermos também. Afinal eram quase 3h da tarde e andávamos desde as 9h da manhã.

Pegamos o trem, começamos a conversar (em Inglês, claro), e me aparece um sujeito que começa a falar alto dentro do trem. No início não dei muita atenção e até achei que fosse que nem aquelas pessoas que entram em ônibus e metrô no Brasil para vender trecos. Que nada, era um desses malucos. Abrindo um parêntesis, aqui os trens não possuem catracas como nossos metrôs. Você simplesmente valida o ticket, bota no bolso e vai embora, ou seja, se ninguém lhe pede o ticket, não fica nem sabendo que você validou, mas é um risco, se alguém pedir você precisará apresentá-lo. Essa é outra questão importantíssima sobre a cultura de país de primeiro mundo. Ninguém questiona se pagou ou não, mas cada um sabe da sua responsabilidade para continuar mantendo o sistema funcionando bem e com qualidade. E o estado por sua vez, retribui no mesmo nível. Bem diferente de um país que eu conheço. Esse mesmo ticket dá direito ao trem, ônibus e SeaBus(espécie de balsa que pegamos para atravessar para North Vancouver), durante um período de 1h40. Validou uma vez, começa a contar o tempo. Você pode andar quantas vezes quiser dentro desse período em uma determinada região, mas isso não vou contar agora, deixa para outro momento. Essa aqui é dedicada aos loucos… 😀

Voltando à figura premiada do trem, o cara parava de falar e depois mandava ver novamente. Comecei a prestar atenção no sujeito, sem olhar diretamente para ele claro, vai que ele acha mesmo que to assistindo ele. Maluco por maluco, guardo a minha maluquice prá mim mesmo. Para a minha surpresa, comecei a entender o rapaz(um maluco mais cedo ou mais tarde acaba entendendo outro). Acho que ele estava pensando que nós éramos uma platéia e ele o palestrante. E o pior deveria ser um assunto importantíssimo, pois a fisionomia dele era séria e compenetrada. Não entendi qual o assunto, mas o camarada falava e de repente parava como se estivesse feito uma pergunta e esperava a resposta. Ele continuava: “That it, is correct”. E começava todo o discurso novamente. Essa palestra durou o tempo suficiente para que chegasse nossa estação e termos que abandonar essa bela, ilustríssima e importante apresentação. Sem palmas, pois o discurso continuou adiante e pela animação do palestrante possivelmente não deve ter parado até hoje, mas a continuidade dessa história deixo por conta de outra pessoa.

Mais um dia de aula e estou eu voltando para “casa”. Pego meu ônibus costumeiro e me sento mais ou menos no meio. Na parada seguinte entra um senhor que aparentava ter seus quarenta e poucos anos e senta-se a umas duas cadeiras de distância da minha. Até aí tudo bem, tudo normal não fosse ele começar a conversar com alguém. Devem estar se perguntando qual é a maluquice disso, afinal todo mundo conversa com todo mundo. A questão é que não tinha ninguém do lado dele e o cara batia o maior papo. E falava, apontava algo fora do ônibus, respondia as perguntas (dele), perguntava de novo, contava algo e até brigar com o outro maluco imaginário ele brigava. Não falava alto, ficava na dele, porém batendo o maior papo prá passar o tempo na volta prá casa. A coisa é de maluco mesmo. Estão rindo? Pois é, eu também tenho horas que não consigo segurar o riso, mas fazer o quê? Fala sério? Eu me divirto aqui com isso. É o maior barato. Mas eu ainda quero descobrir o motivo de ter tanto maluco aqui. E detalhe, todos muito bem vestidos, banho tomado e etc. Não é que nem os malucos que vemos no Brasil diariamente não.

Tem histórias, como a de um carinha que falava ao celular e aparentemente brigando com alguém ao telefone celular. Urrava feito leão enfurecido. Detalhe, quando passei pelo garoto(é modo de falar, porque o cara deveria ter uns quarenta e poucos anos), percebi um leve detalhe. Falar ao celular é muito comum e encontrar alguém brigando com outro alguém também é comum, mas em todos esses casos um aparelho de celular aparece na mão do sujeito, mas na mão do nosso amigo bravio, só mesmo os dedos prá dizer que tinha alguma coisa. Outro dia voltava de uma loja com duas colegas de curso e me sai um cara do nada e pergunta (em espanhol), como vai a família e coisa e tal. Certa vez, pela manhã outra dessas figuras premiadas pára literalmente em frente ao ônibus em que eu estava e começa a berrar brigando com o motorista. Detalhe, o ônibus estava parado em frente à parada de ônibus. Não houve absolutamente nada para o cara estar naquela situação.

É ou não é coisa de doido? Quando descobrir os motivos de ter tanta gente assim aqui eu aviso, isso se eu não ficar assim também, pois trabalhar com Informática e Telecom, é meio passo prá começar a fazer bilu-bilu e chamar urubu de meu louro. Brincadeira minha??? Sugiro que pensem mais seriamente sobre o assunto. Hehehe

Por hoje é só pessoal. Estou muito cansado e preciso dormir.

Espero vê-los em breve e não esqueçam seus comentários. Só não peguem pesado com nossos “amigos” daqui. Sejam amenos, pois de médico e louco, todos nós temos um pouco. É ou não é? 🙂

Finalizo com uma foto tirada na “Lynn Canyon Suspension Bridge” que fica no Lynn Canyon Park em Noth Vancouver. Foi oficialmente inaugurada em 1912, possiu 48mts de comprimento e 50mts de altura, passando sobre o riacho que leva o mesmo nome do parque, Lynn.

Um grande abraço a todos!