Acelerando…

senna_toleman(Imagem extraída do blog RacingPassiòn)

Hoje foi um dia interessante no Twitter. Comecei a responder ao meu irmão sobre oportunidades e outros amigos se identificaram com o tema e começaram a me questionar sobre isso. Saí com a seguinte frase:

Oportunidades não precisam aparecer ou serem oferecidas a nós. Elas de alguma forma SEMPRE existiram e SEMPRE existirão, basta querermos acreditar nelas.

E esse tema acabou me remetendo a alguns dias atrás, quando estive na cerimônia de formatura do meu MBA. Por livre e expontânea “pressão” de meus amigos, fui “obrigado” a ter que levar um par de pernas postiças e bem resistentes para que eu pudesse não cair diante de todos no momento em que discursava em nome da turma. Foi algo simples, mas não é mole não… Alegre

O tema que escolhi foi “medo”, por isso disse no início deste texto que se adequava à oportunidade.

Descrevo então, com alguns ajustes, o que disse aos meus amigos e convidados.

Pavor, medo, essas são palavras que me descrevem nesse momento!

Falar em público já não é mistério em minha vida, já que dou aulas há algum tempo. Mas o simples fato de pensar em falar para um público tão seleto de profissionais, notáveis mestres e doutores, certamente mexe com o emocional e a grande responsabilidade é responsável por nos deixar com um certo pavor. Mas aqui estou!

Esse frio na barriga SEMPRE vai aparecer nessas horas. Queiramos nós ou não. É sempre assim. A primeira aula em uma nova turma é assim, porque aqui não seria?

Certa vez via uma entrevista com um dos grandes desportistas que o Brasil já teve, Airton Senna. Em um dos trechos dessa entrevista, ele disse que o medo o fascinava. Achei aquela frase um tanto quanto estranha, mas vindo de quem vinha, deveria fazer algum sentido.

Particularmente, sou um admirador fanático por corridas de automóvel. E inevitavelmente um dia ia sentar no “cockpit” de um carro de corrida, o que acabou acontecendo. Alguns amigos me convidaram para disputar uma corrida de Kart em Goiânia, o que obviamente aceitei prontamente… Era a primeira vez que eu iria pilotar um troço daqueles.

Já no local, antes de assistir ao “briefing”, assistia a bateria que antecedia a minha e olhava a prova com atenção e tensão. Começava a bater um certo medo, pois de onde estava, olhando como um mero expectador a velocidade dos carros na pista, aquilo parecia muito rápido. Já passava pela minha cabeça em desistir daquilo.

O engraçado é que naquele momento me lembrei da frase do Senna e ela nunca fez tanto sentido. Ao mesmo tempo que sentia medo, sentia também uma tremenda vontade de entrar na pista ver qual era a real velocidade daquilo. Mas com a perspectiva de quem está do lado de dentro. Pilotando. Explicar isso? Infelizmente não consigo.

Enfim, macacão, balaclava, capacete, luvas e pé no acelerador. Em detreminado momento o pedal de freio não era mais usado. Apenas usava o acelerador. O medo, aquele medo, não mais existia. Se transformou em motivação. Motivação para conhecer e ultrapassar o limite volta a volta. Queria saber onde eu conseguiria chegar.

Essa pequena experiência, por mais simples que possa ter parecido, mostrou-me que o medo é o único sentimento capaz que nos impedir de atingir um objetivo,  capaz de nos impedir de crescer, de amar, de viver.

O desconhecido é logo alí. Está a apenas um passo. Um passo que pode nos levar à glória, de uma conquista ou de termos pelo menos tentado. O antes, desconhecido, já não mete mais tanto medo.

O próximo sentimento? Uma certa insatisfação por perceber que começava a entrar novamente na zona de conforto. O carro já era mais tão rápido quanto imaginava. Já estava achando aquilo devagar demais. Queria mais!
Assim como em nossa vida pessoal, o mundo corporativo sempre nos coloca diante de situações onde precisamos tomar decisões. E essas decisões vêm aliadas ao medo inerente de qual será a consequencia dessa decisão. Este curso nos forneceu conhecimento e ferramentas suficientes para entrarmos na pista e acelerarmos de acordo com nossas próprias convicções. E diante dessa analogia, gostaria que refletissemos sobre que decisão estamos tomando: A de sentar no “cockpit” e acelerar, ou sermos meros expectadores sentados à beira da pista imaginando que aquilo é rápido demais para nossa capacidade?

Com algumas adaptações, essa foi a mensagem que escolhi para passar aos amigos neste evento. Mas vale perfeitamente para o objetivo que quero atingir com esse post.

Diante de toda a explanação, questiono: Porque ficamos esperando oportunidades ao invés de criarmos as nossas? O impedimento será o medo do desconhecido, ou medo de acharmos que não temos capacidade para tal?

Qual SUA visão em relação a isso?

Comente!

Abraços!

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Autor: Edwagney Luz

Tenho perfil inquieto. Estudante de música e gastronomia. Adepto de esportes de aventura onde procuro lugares incomuns para obter novas experiências e aprendizados. Assim, me tornar uma pessoa e um profissional melhor a cada dia. Mais de 20 anos atuando com tecnologia aplicado aos mercados de Telecom e Financeiro. Graduado pela PUC Goiás, Pós-Graduado pela Unicamp e MBA pela FIA Business School. Larga experiência em Qualidade e Teste de Software e RPA(Robotic Process Automation), atuando em consultoria, implementação e governança. Atualmente é sócio-proprietário da Qualyx Tecnologia e Head de QA do UBS BB.

Uma consideração sobre “Acelerando…”

  1. Muito bom o texto Edwagney!

    Também tive a mesma sensação ao andar de Kart na primeira e na segunda vez (só andei duas vezes). MInha expectativa era que seria algo tranquilo, já que a impressão que dá ao ver na TV, é que o Kart não é tão rápido.

    No entanto, quando você vê ao vivo o pessoal pilotando, quase raspando na proteção de pneus para fazer em pé em baixo uma curva (não freiar numa curva, é algo estranho rs), começa a sentir medo.

    E o engraçado é que quando você entra na pista, você já entra acelerando, “não tem” como você falar “pessoal vamo devagar, para mim aprender o traçado”, você tem que entrar na pista já acelerando, mesmo sem saber qual a melhor tomada da curva, o quanto será preciso freiar antes, isso se for preciso.

    E sem capacete também passamos por muitas situações dessa. E o medo faz parte, temos que saber lidar com ele da melhor maneira, não podemos deixar ele nos limitar.

    Aliás, falando em se limitar, acho que vivemos num mundo onde as pessoas tendem a ser limitar demais, numa época em que os limites são cada vez mais psicológicos, afinal limites reais como a distância e dinheiro estão cada vez mais fáceis de serem superados.

    Abraços!

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