Essa semana lí alguns textos sobre o recente acidente aéreo que fiquei mais chocado ainda. Em um dos textos o autor faz uma narrativa retratando o terror provocado pelo incidente da TAM e nos abre ainda mais os olhos para afirmarmos que não é hora de achar culados pelo que aconteceu. Não é hora para especulações. Não é hora de ficar falando em suspeita de sabotagem no CINDACTA 4. Não é hora de focar no motivo pelo qual o avião não parou. É hora de alguém bater no peito e dizer: Vamos resolver definitivamente o problema? Porém, quem deveria fazer isso, se esconde atrás de diversos assessores, um terno com gravata vermelha, e ainda tem a capacidade de se auto titular Presidente da República Federativa do Brasil sem ao menos ter a noção exata do que realmente representa esse título.
É lamentável escrever isso e nunca poderia imaginar que um dia eu pudesse estar tão revoltado com os dirigentes ede um país. A população se acostumou a reagir, porém nunca agir antes de que algo aconteça.
Hoje, voltando para casa depois do trabalho, ainda dentro do metrô, comecei a observar as pessoas na sua rotina do dia-a-dia. cada qual com uma fisionomia diferente, uns sorrindo, outros carrancudos, outros aparentemente tristes, alguns indiferentes. Pensava cá com os meus botões, será o que se passa na cabeça de cada uma delas? Voltaram à vida normal após o acidente? Será que pensavam que poderiam estar alí? Ou será que nem estavam ligando para o ocorrido a dias atrás? Enfim … Impossível descobrir.
Assim que cheguei ao meu destino, fui caminhando em direção à minha casa quando observei um senhor esbravejando com um motorista que aparenemente não estava dando a mínima. Não explicar o que houve, mas creio que o motorista deve ter desrespeitado aquele senhor de alguma forma e saiu sem nenhuma satisfação. Ao meu lado passavam duas garotas que riram da forma e do que ele esbravejava. Pensei em falar alguma coisa, porém me contive, afinal estou em uma cidade onde o nível de tolerância é perto do zero. Mas seria muito interessante ter perguntado às garotas o motivo da risada e colocá-las em uma situação na qual elas certamente não se colocaram. Do lado de lá, de quem foi desrespeitado. Qual seria a atitude? Aceitariam? Esbravejariam também? Enfim, impossível saber qual seria a reação.
Com isso quero apenas chegar a um ponto crítico em que nosso país se encontra, onde o respeito ficou em segundo plano. Perdemos a capacidade de respeitar o direito do outro de ir e vir e vice-versa. A máxima de que o meu direito termina quando começa o do outro, não vale mais. E se vale, esqueceram de comunicar à sociedade. Somos um povo solidário, porém apenas quando algo trágico acontece, mas somos incapazes de nos solidarizarmos com as pessoas que estão ao nosso lado, no trânsito, na rua, no trabalho, etc. Fico pensando em quem botar a culpa, se em nós ou se nos governantes. Fico como na história de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. Mas botar a culpa é fácil, resolver o problema é que é difícil. Mas será que é mesmo? Ou falta vontade para isso?
Reflexões à parte, gostaria efetivamente que nossos governantes não ficassem inventando moda, fazendo politicagem e cuidando da imagem enquanto a população clama por justiça, respeito, dignidade, educação, saúde, segurança. Afinal, pagamos por isso, e muito caro diga-se de passagem. Um conhecido bordão foi criado por uma figura pública que até o momento não merece meu crédito, porém cairá muito bem para o que tenho a dizer e peço permissão para usá-lo. Aliás, não preciso de permissão, que isso, tenho o direito de usá-lo, já que essa figura não pediu a minha permissão para arbitrar sobre diversas decisões que afetam diretamente minha vida e de uma série de brasileiros.
NUNCA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS, presenciamos tanta lambança, descaso, incompetência, falta de vergonha e sensibilidade por parte de um governo que NUNCA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS foi tão omisso em relação à sua população.
Agora sabemos o porquê da prioridade em embelezar os aeroportos do país. Servem como dormitórios… Porém não podemos dizer o mesmo da segurança que eles oferecem. Em TI(Tecnologia da Informação), sabemos perfeitamente que nada adianta um sistema lindo e amigável se existem falhas graves em sua estrutura interna. Alguma coisa será perdida e no caso dos aeroportos, infelizmente são vidas… Lamentável e como não dá prá esperar que algo seja feito de fato, o jeito é rezar para quando pegarmos um avião, chegarmos ao destino. Se chegarmos e se estivermos vivos…
Que Deus esteja sempre conosco… Não apenas lá em cima, mas aqui em baixo também.
Aos que leram até aqui, desculpem o desabafo, mas talvez assim consigamos ter um pouco mais de criticidade e não mais ficarmos calados diante de tanta incompetência. Se continuar como está, infelizmente a próxima vítima pode ser um de nós… 😦
Obrigado pela visita.
Abraços e até a próxima.
Ps: Reitero a conformidade com minhas palavras dizendo que respeito a pessoa, porém me recuso a respeitar a figura titular da cadeira de Presidente do Brasil, pelo simples fato dessa figura não respeitar o direito básico de uma nação, o direito à vida.