Dia desses no intervalo de uma de minhas aulas sobre Teste de Software na PUC Goiás, um dos alunos questionou sobre qual o melhor padrão de qualidade que uma organização deveria adotar.
Achei interessante o questionamento, pois abriu visão para uma breve, porém importante reflexão acerca do tema.
Questiono se as organizações de hoje se preocupam realmente com qualidade. Sejam sinceros… Alguém realmente se preocupa com qualidade? Acham isso realmente importante?
A maior parte de nossa sociedade, desde sempre, se preocupa mais com qual é o carro da moda, roupa da moda, termos da moda, do que com sua própria opinião. É o tal modismo que nos ronda a todo o momento. O mercado dita as regras e nós a seguimos. É simples assim. Aos poucos vamos perdendo nossa própria identidade e daqui a pouco será realmente complicado conseguir andar com nossas próprias pernas.
A moda diz que todos nós precisamos usar azul no verão. Opaa, todos de azul pra rua. Alguém inventa que para emagrecer precisamos ficar ao menos 15 minutos de cabeça para baixo.
Qualidade de vida!
Emagreça, use a cor certa, viva do modo correto, passeie onde estou indicando que sua qualidade vai aumentar consideravelmente. Não é assim que funciona? TV, revistas e jornais ditam o que é qualidade de vida e nós simplesmente seguimos. Sensacional ter alguém que cuida disso pra gente não é verdade? ERRADO!!! Ninguém nunca perguntou se eu gosto de azul… Tá eu gosto da cor, mas daí a plantar bananeira pra emagrecer? Até que seria engraçado ver um bando de gente de cabeça para baixo. E não seriam poucos não. Mas preciso realmente seguir isso pra ter qualidade de vida? Na verdade qual é o padrão?
Minha opinião é que cada um de nós deveríamos CRIAR e ASSUMIR nosso próprio padrão de qualidade. Não só um padrão para qualidade de vida, mas sim em tudo o que formos fazer. Padrão para escolher um carro que melhor se adapta ao estilo de vida. Padrão para escolher um bairro ofereça as opções de lazer que se adeque ao meu estilo. Padrão para escolher uma loja que venda seu estilo de roupas. Enfim, temos várias opções de escolha, porém precisamos aprender nos questionar qual é o melhor ou as melhores opções para compor o meu padrão.
Penso que nas organizações deveria ocorrer da mesma forma. Nos deparamos com uma gama de padrões e certificações de qualidade, e questiono se precisamos mesmo adotá-los para termos atingirmos qualidade desejada nos produtos. As organizações estão tão acostumadas a seguir padrões e modismos que se esquece de olhar para dentro dela mesma e principalmente para seus clientes e perguntar qual é o melhor para ela e para eles. Elas simplesmente assumem o que é o certo e tocam o barco. Porém, não sabem nem mesmo qual é essa qualidade que se deseja com a implantação de um padrão pré-definido.
Assim como na vida pessoal, deveríamos usar os mesmos métodos e conceitos nas organizações, considerando elas são feitas de pessoas. É necessário questionar a organização sobre esse padrão, verificar qual será o impacto dele nela. Não o impacto financeito, mas político e cultural. Em determinados casos, uma simples mudança de processos é o suficiente para alavancar a qualidade desejada.
Alguém já se perguntou ou sabe o que a organização tem disponível para se atingir a qualidade desejada? Não seria mais interessante usar modelos existentes e criar um padrão próprio considerando os moldes, política, cultura organizacional aliado aos desejos de seus clientes e seu nicho/segmento de mercado?
Tenham um excelente final de semana! 😉
Abraços!