Hoje vou escrever sobre uma conversa que tive com uma de minhas colegas de classe. Ela é um a Venezuelana e na quinta-feira última combinamos com outra colega de irmos visitar o “The National Gallery of Canada Museum” aqui em Ottawa.
Nossa outra colega ainda estava em sua última aula e enquando a aguardávamos na sala de convivência da escola, começamos a conversar sobre os motivos pelos quais viemos parar aqui. E como faltam poucos dias para terminar a estada dela aqui no Canadá, perguntei quais os planos futuros. Ela respondeu que voltaria para a Venezuela, pois estava com muitas saudades da família, porém depois voltaria novamente ao Canadá… Possívelmente para morar.
Continuamos a conversa e ela me revelou algumas coisas sobre seu país. Uma delas é que a grande maioria de jovens, buscam sair de lá. Os país incentivam os filhos a não permanecerem lá, incentivam a buscar oportunidades fora. Porque disso? O sobrenome Chaves revela algo muito sombrio para eles. Não vou descrever aqui toda nossa conversa, pois foi um tanto quanto longa, mas fiquei impressionado com a destruição moral e psicológica que aquele presidente está causando ao país. Vemos isso pela TV, pelos noticiários, mas ouvi relatos de quem vive lá. É algo inacreditável.
Resolvi compratilhar isso com vocês, para que possamos parar um instante, analisar e começar a refletir um pouco mais sobre o que anda ocorrendo no mundo de hoje. Segue um breve trecho da quantidade de coisas que ela me disse:
Ed, o cara é bipolar. Uma hora quer e faz uma coisa e na outra desfaz tudo o que havia dito que era correto. Não dá para confiar e ele no poder, está conseguindo fazer com que a população o siga. A gente vê isso e não consegue fazer nada. Nós, os mais jovens e mais esclarecidos não temos força no país. Um grupo de estudantes fez uma manifestação ficando quase duas semanas sem comer na praça. Para Chaves, não cheiou e nem fedeu.
Confesso que não conheço a fundo a história de Cuba, mas ao que me consta a Venezuela acaba virando uma cuba Latino-Americana. Alguém vitalício no poder e a população padecendo em baixo. É inacreditável como vivemos em um mundo de contrastes tão próximos e nem nos damos conta. Venezuela está ao nosso lado. País de fronteira. Incrível. Não seria uma ameaça à democracia na america latina?
Lembro-me de uma amiga que foi para lá e voltou me contando o quão bonito é o país. Mas pelos relatos que tive aqui o país está padecendo a cada dia. E se continuar assim, em um determinado momento a população vai se extinguir. Parece meio ficção da minha parte falar isso, mas vendo no rosto de uma pessoa o contraste causado pela saudade de casa e dos familiares, e a vontade de construir uma vida melhor em outro país, fica claro que não é obra da ficção. Isso pode acontecer.
Ela também me ralatou que a criminalidade toma conta a cada dia e que tem medo de sair de casa em determinados horários e não indica que ninguém faça isso. Perguntei o horário e ela disse que a partir das 17h. Disse que a coisa fica complicada a cada dia e que ninguém faz nada.
Tudo bem que no Brasil temos isso e coisas muito piores, mas pelo menos podemos ir e vir. Escolher morar nesse país, onde mesmo com todas as dificuldades ainda temos esperança. Pois do outro lado da fronteira, as pessoas já perderam ou estão prestes a perder o resto que sobrou.
Me pergunto o motivo que isso ocorre? Porque pessoas querem a todo o custo poder e o controle, se a história já provou por A+B que isso é um ciclo. Uma hora cai e a queda é brutal. Não seria mais equalizar a coisa? Fazer ajustes ao invés de querer tudo para sí? Não estou pregando aqui o comunismo, pois acho esse modelo extremamente ultrapassado e a coisa não funciona por aí. Não é a distribuição de renda igualitária que vai resolver nossos problemas, mas sim a distribuição das mesmas oportunidades à população. É o respeito pelo próximo, pelo ser humano e não o respeito por um status ou por alguém que tem poder.
Tenham todos um excelente final de semana!!!
Abraços!!!